quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Os próximos passos

19/11/2010

A ocupação da reitoria da PUC-SP a princípio ocorreu para garantir a permanência estudantil a partir da redução da mensalidade. Assim, ficou demonstrado duas coisas: o caráter elitista da universidade e o esgotamento dos espaços de diálogo com o Consad. A repercussão na grande imprensa e as inúmeras moções de apoio a luta revelaram que essa realidade de mercantilização está em consonância com o que ocorre nas outras universidades e os planos do governo Lula de criar centros de excelências para as grandes empresas e outros espaços de expansão de mão de obra precarizada.

Nesse sentido ficou mais claro do que nunca que os interesses do Consad são inconciliáveis com o interesse da comunidade puquiana. Ao mesmo tempo que isso ocorre, vemos acordos do Consad com a empresa Vale colocando o conhecimento produzido para áreas de interesse estratégico da empresa.. Isto é, a mesma universidade que no passado combatia a ditadura militar hoje em dia torna-se um espaço de reprodução dos lucros das empresas. Educação não é mercadoria!!!

Para se contrapor a esse projeto e pensarmos numa universidade gerida pela própria comunidade temos que abolir o Consad e construírmos uma estrutura de poder que expresse a composição social comunitária com estudantes, professores e funcionários. Só assim conseguiremos a recomposição das perdas salariais, efetivação dos trabalhadores terceirizados, anistia da dívida e rematrícula dos inadimplentes. A chave para conseguirmos as demandas específicas de cada setor é atuarmos como um coletivo de toda a comunidade, acreditando em nossas forças e sendo a primeira pessoa do plural. Se atacam um, atacam todos; se um contra ataca, contrataremos todos!!!

Para as negociações de hoje temos que ter em mente que se o Reitor e a Fundação vierem com a linha de congelamento da mensalidade, nós não devemos aceitá-la, pois a permanência do mesmo valor, só irá perpetuar os índices de inadimplência e não resolverá o problema da permanência estudantil. Caso queira como ontem dizer que dará descontos de mensalidade apenas para alguns cursos e não para todos, nós não devemos aceitar também, pois qualquer palavra do Consad a respeito do que se pode ou não dar de bolsas na PUC, só poderá ser legitimado com a Abertura dos livros. Somente assim teremos a real dimensão do destino de nossas mensalidades de mais de R$1.000 reais. Por que se opta por contratar empresas terceirizadas e não se opta pela efetivação dos funcionários da limpeza? Será que isso realmente é uma inviabilidade ou uma opção consciente de projeto político? A luta pela redução só será plena se a conectarmos com as Aberturas dos Livros.
Essa é a principal medida concreta que devemos impulsionar para que a comunidade comece a ter a real consciência do que se passa financeira e administrativamente nessa universidade.

Outro passo importante para que a comunidade saiba o que acontece na universidade e com a mobilização do movimento, ocorrerá por meio do fortalecimento das comissões existentes e também com a garantia de que as discussões estarão presentes nas salas de aula através de representantes que estejam encarregados de levar as discussões do movimento para a sala de aula, assim como da sala de aula para o movimento. Se conseguirmos fazer isso, tornaremos o movimento mais forte e expandiremos o alcance da discussão. Somente assim garantiremos que não haja o isolamento e a burocratização do movimento e o Consad pense duas vezes antes de conjecturar de colocar a polícia pela terceira vez aqui dentro, pois saberá que haverá resistência e o tiro sairá pela culatra, pois a PUC é nossa!!!

220V

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